
A Taça de Portugal pode marcar o fim de uma história de amor — ou desentendimento — entre Ángel Di María e o Benfica. O craque argentino, em fim de contrato, já terá decidido que o dérbi contra o Sporting será o seu último jogo de águia ao peito, independentemente dos apelos da direção e do treinador. Em campo, procurará o único troféu que falta no seu currículo em Portugal; fora dele, parece já ter encerrado o ciclo com o clube da Luz.
Apesar do desejo manifestado por Bruno Lage e Rui Costa em contar com Di María no próximo Mundial de Clubes, nos Estados Unidos, o campeão do mundo parece ter outros planos. Numa publicação emocional nas redes sociais, o extremo deixou claro que a final da Taça será o seu adeus. “Foi o meu último jogo do campeonato com esta camisola… Ainda há uma final no domingo e vamos lá com toda a nossa vontade e alegria para ganhar”, escreveu o argentino, alimentando especulações sobre o seu futuro.
A posição do jogador contrasta com as declarações recentes da estrutura benfiquista. Bruno Lage garantira publicamente que o clube contava com Di María para a competição internacional, e Rui Costa reforçou que o vínculo com o argentino ainda estava em análise. No entanto, o silêncio do camisola 11 sobre a renovação e a sua mensagem pública sugerem um desfecho já traçado.
O Benfica, numa tentativa de controlar os danos mediáticos, reagiu alegando que o contrato com o jogador só termina a 30 de junho de 2025, o que teoricamente garantiria a sua presença no Mundial de Clubes. Mas a insistência de Di María em tratar a final do Jamor como ponto final de ciclo coloca essas garantias em causa.
A imprensa internacional não ficou indiferente. Vários meios avançam que o destino do argentino poderá passar pelo Inter Miami, onde joga Lionel Messi, seu amigo próximo, ou até por um regresso sentimental ao Rosario Central, clube onde tudo começou. A confirmar-se, será a segunda vez que Di María deixa o Benfica — agora, em tom mais agridoce.
Independentemente da polémica, o extremo vai subir ao relvado do Estádio Nacional com um objetivo claro: conquistar a única prova do futebol português que ainda não venceu. Em duas passagens pelas águias, soma um título de campeão, três Taças da Liga e uma Supertaça. Falta-lhe a Taça de Portugal para completar o ciclo. Se vencer, despede-se com o palmarés completo. Se perder, leva consigo a frustração de um troféu em falta.
Neste domingo, em pleno Jamor, não estará apenas em jogo uma final entre rivais eternos. Estará também o fecho de um capítulo. Um jogador que marcou gerações pode estar prestes a deixar o palco — mas, ao que tudo indica, pela sua própria porta.