
Numa jogada ousada para atrair investidores e revitalizar sectores-chave da economia, o Governo angolano anunciou que tem actualmente 20 unidades hoteleiras disponíveis para compra ou gestão. A revelação foi feita por José de Lima Massano, ministro de Estado para a Coordenação Económica, durante um jantar oficial com empresários, onde esteve presente o Presidente moçambicano Daniel Chapo.
A medida insere-se no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV), que visa não apenas reduzir o peso do Estado em sectores não estratégicos, mas também criar um ambiente mais competitivo e atractivo para o investimento privado, nacional e estrangeiro.
Para além do sector hoteleiro, o governante destacou o relançamento do turismo como uma das prioridades do Executivo, encarando-o como uma ferramenta vital para a diversificação da economia e a promoção da imagem de Angola no exterior. “O país está aberto ao investimento e empenhado em melhorar as condições para a internacionalização das empresas angolanas, enquanto acolhe com entusiasmo as iniciativas empresariais vindas de Moçambique”, afirmou Massano.
Outro ponto forte da apresentação feita à delegação moçambicana foi o sector agrícola. Segundo Massano, Angola dispõe de dois milhões de hectares de terra reservados para grandes projectos agrícolas, acompanhados de investimentos robustos em infra-estruturas essenciais para o desenvolvimento económico e social.
A intervenção do ministro de Estado também sublinhou os frutos das políticas económicas adoptadas nos últimos anos. “Em 2024, o país alcançou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,3%, o melhor desempenho económico da última década”, frisou.
A visita do Presidente moçambicano serviu não só para reforçar os laços políticos, mas também para promover uma ponte de oportunidades entre empresários angolanos e moçambicanos. A privatização de hotéis e o apelo ao investimento surgem, assim, como sinais claros da vontade de Angola em reinventar a sua economia com base na cooperação regional e na abertura ao mundo.