
O economista Diógenes Lenga alertou que o aumento das tarifas de energia eléctrica (11,5%) e água (30%), previsto para entrar em vigor já no próximo mês de Junho, poderá ter um impacto pesado no custo de vida das famílias angolanas, especialmente entre as mais vulneráveis. Segundo o especialista, num cenário de inflação elevada, que atingiu 23,85% em Março deste ano, qualquer reajuste nos serviços básicos obriga as famílias a fazer cortes em áreas essenciais, como alimentação e saúde, agravando ainda mais a crise social. Embora o regulador IRSEA defenda que a despesa com água e electricidade representa apenas 2,4% e 2,2% do orçamento familiar nas tarifas sociais — abaixo da média regional —, Lenga sublinha que o poder de compra está enfraquecido, e o aumento pode acentuar desigualdades e reduzir a qualidade de vida de milhares de cidadãos. O economista apela ao Executivo que reavalie a medida e encontre formas de garantir a sustentabilidade dos serviços públicos sem sacrificar o bem-estar da população.