
A oposição promete não recuar. A Bancada Parlamentar da UNITA anunciou nesta terça-feira, 22, uma série de manifestações permanentes por todo o país, em defesa da legalidade e da integridade dos processos eleitorais em Angola. O anúncio foi feito por Liberty Chiyaka, líder da bancada do “Galo Negro”, numa conferência de imprensa marcada por um tom de firmeza e apelo à mobilização nacional.
“Vamos defender a República. Vamos defender o Estado Democrático e de Direito”, declarou Chiyaka, frisando que os protestos serão organizados nos estritos termos da Constituição e da lei. A UNITA acusa o partido no poder, o MPLA, de tentar silenciar a vontade popular, mas garante que não cederá à pressão.
“Não vamos desistir. A UNITA está com o povo.”
A força política da oposição assegura que as manifestações surgem como resposta directa à tomada de posse de Manuel Pereira da Silva “Manico” como Presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), acto que consideram “provisório” e carente de legitimidade popular.
Liberty Chiyaka apelou à população para se manter vigilante e ativa, sublinhando que, “apesar do que se testemunhou esta segunda-feira, ainda há esperança de que os deputados do MPLA ouçam a voz do povo, que clama por eleições livres, justas e credíveis”.
O político recordou episódios da última eleição geral em 2022, mencionando alegadas falhas éticas e morais na conduta de Manico, apontando actos de parcialidade, prepotência e improbidade que, segundo ele, minaram a confiança pública no processo eleitoral.
A UNITA denuncia infiltrações para desacreditar protestos
A direcção parlamentar do maior partido da oposição também denunciou alegadas infiltrações de agentes ligados ao regime, que seriam responsáveis pela destruição de bens públicos durante protestos anteriores, numa tentativa de descredibilizar as manifestações da sociedade civil.
Apesar disso, Liberty Chiyaka assegura que a UNITA não se deixará intimidar e promete continuar a escutar o clamor popular: “Estamos apenas a fazer o que os cidadãos nos pedem”.
As manifestações, ainda sem datas oficiais, devem ser anunciadas em breve, com mobilizações que podem atingir todas as províncias do país, numa clara mensagem de que a luta por democracia e transparência não será adiada.