
Ginga Savimbi, filha do fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, anunciou publicamente a sua saída do partido, encerrando uma ligação histórica e emocional de décadas à organização criada por seu pai. Numa nota carregada de desilusão, Ginga acusa a liderança atual, chefiada por Adalberto Costa Júnior, de trair os princípios originais da UNITA. “O partido tornou-se refém de interesses e lideranças que não honram o legado deixado por Jonas Savimbi”, declarou, lamentando o que considera um desvio claro do projeto idealizado pelo seu pai. A decisão surge num momento de tensão crescente dentro do partido, que se agravou após a exclusão de Jonas Savimbi da lista de condecorados nas celebrações dos 50 anos da independência de Angola — exclusão que levou a UNITA a recusar participar nas cerimónias oficiais. Para Ginga Savimbi, chegou o fim de um ciclo: “Assisto com tristeza ao desvio de rumo da UNITA. Por isso, decidi cessar a minha militância e encerrar este capítulo da minha vida política.” A saída da filha do histórico líder representa mais do que uma rutura pessoal — é um alerta sobre as fraturas internas que ameaçam a identidade e coesão do partido fundado em 1966.