
Depois de dias de incertezas e especulações nas redes sociais sobre o encerramento do Ministério Deus da Graça Arena de Fogo, liderado pelo profeta BM Samuel, o Pastor Presidente do Conselho das Igrejas de Reavivamento de Angola (CIRA/IREUA), Reverendo Nzuzi António, esclareceu, em declarações exclusivas ao Factos Diários, que não houve qualquer notificação oficial de encerramento da Igreja e que as portas do templo poderão ser reabertas já este domingo, 20.
Segundo o Reverendo, o anúncio de suspensão das actividades foi apenas uma medida preventiva tomada pelo próprio profeta BM Samuel, à espera de um eventual entendimento com as autoridades. “Não existe nenhum selo na porta que indique o encerramento do templo. O que há são apenas documentos que circularam nas redes sociais. Não fomos notificados oficialmente por nenhum órgão competente”, afirmou.
Ainda de acordo com Nzuzi António, este domingo os fiéis poderão comparecer à Igreja, onde não haverá culto formal, mas sim uma sessão de sensibilização espiritual conduzida por líderes do ministério, com o objetivo de tranquilizar os membros. “O profeta BM Samuel não vai dirigir o culto, mas a ideia é manter o povo firme, passando a mensagem de que tudo está sob controlo e, em breve, voltaremos à normalidade”, explicou.
Fontes do Instituto Nacional para Assuntos Religiosos (INAR), órgão afecto ao Ministério da Cultura que fiscaliza a actividade religiosa em Angola, confirmaram ao Luanda Sul Line que não se trata de uma suspensão definitiva, mas de um processo disciplinar pontual, motivado por alguns “exageros” recentes nas práticas do ministério. “Tudo deverá ficar bem em breve. O que se pede agora é serenidade e respeito pelas orientações enquanto se aguarda um pedido de desculpas públicas sobre o episódio mais recente”, confidenciou uma fonte do INAR.
A polémica teve início após um vídeo viral mostrar o profeta BM Samuel a expulsar um fiel do templo durante um culto, o que gerou uma onda de críticas e preocupação entre fiéis e autoridades religiosas.
O profeta moçambicano Carlos Simões, que se manifestou sobre o assunto, pediu compreensão e lembrou que “todos somos humanos e sujeitos a falhas”. Simões apelou ainda às autoridades angolanas para que levem em consideração o trabalho que a Igreja e o profeta BM Samuel têm desenvolvido em prol da salvação de almas e apoio às comunidades mais carenciadas. “A missão do homem de Deus é preparar as almas para a vinda de Cristo. Acredito que essa missão está a ser cumprida, e por isso, a suspensão não deve prolongar-se”, defendeu.
Para já, os fiéis aguardam com esperança a normalização das actividades, certos de que a Igreja continuará a cumprir o seu papel espiritual e social no seio da comunidade.