
O Banco Económico, anteriormente conhecido como BESA, continua a lutar com sérios problemas financeiros, registando, pelo sexto ano consecutivo, capitais próprios negativos, agora na ordem dos 630,7 mil milhões de kwanzas, conforme apontado nas demonstrações financeiras provisórias de 2024. O banco, que tem enfrentado uma crescente crise de liquidez, necessita urgentemente de uma injecção de “dinheiro fresco” para evitar uma eventual falência.
De acordo com os dados do balancete do IV trimestre, o passivo do Banco Económico aumentou 9% para 1,5 biliões de kwanzas, um incremento de 118,7 mil milhões de kwanzas em relação a 2023. Por outro lado, o activo diminuiu 8%, caindo para 839,9 mil milhões de kwanzas, o que agrava ainda mais a situação financeira da instituição. Esta diferença entre passivo e activo resulta em uma situação líquida negativa, caracterizando a falência técnica do banco.
O banco registou, igualmente, prejuízos pelo terceiro ano consecutivo, com um resultado líquido negativo de 3,4 mil milhões de kwanzas, uma redução significativa em comparação com os 298,0 mil milhões de kwanzas de prejuízo acumulados em 2023. No entanto, apesar da diminuição dos prejuízos, o banco continua a enfrentar dificuldades operacionais devido à falta de liquidez, um problema que persiste desde a sua reestruturação após o colapso do BESA.
Embora o Banco Económico tenha intensificado o seu plano de reestruturação e recapitalização, incluindo a venda de activos como a sede do banco e o encerramento de agências e redução de pessoal, estas medidas não tiveram impacto substancial nas suas finanças. O banco, que recebeu parte do pagamento da venda da sua sede, ainda carece de recursos suficientes para sair da crise.
O Banco Nacional de Angola (BNA) tem sido pressionado por instituições internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), para tomar medidas mais decisivas para resolver a situação do Banco Económico. A solução que o BNA poderá adotar será a criação de um mecanismo de “banco bom” e “banco mau”, similar ao que foi feito com o Banco Espírito Santo em Portugal em 2014, permitindo assim a transferência dos activos saudáveis para um novo banco e a liquidação dos activos problemáticos.
A resolução desta crise continua a ser uma das maiores prioridades para o sector financeiro angolano, com a estabilidade do sistema bancário a depender de uma ação rápida e eficaz por parte das autoridades competentes.