
Nesta quinta-feira, os professores da Escola Portuguesa de Luanda (EPL) estão convocando uma nova greve, marcando a segunda paralisação em apenas um mês. A mobilização, liderada por um grupo de 23 docentes, destaca a insatisfação com a transição da gestão da escola, iniciada em 2021, que resultou em uma “perda substancial de regalias e remunerações”.
Os professores da EPL enfrentam desigualdades em relação aos seus colegas em mobilidade estatutária. Enquanto uma parte dos docentes goza de regalias como seguro de saúde e subsídios, os professores do quadro não recebem qualquer tipo de assistência, resultando em uma tabela salarial que, segundo eles, é excessivamente baixa. “Estamos a receber pelo 1.º índice da tabela salarial de Portugal e, mesmo assim, fazemos muitos descontos, o que nos deixa com salários bem abaixo do esperado”, lamenta uma docente, ressaltando que os rendimentos atuais não são suficientes para cobrir despesas básicas.
A situação financeira precária dos docentes é acentuada pelo aumento do custo de vida em Luanda, levando muitos a considerarem inviável permanecer na escola até o final do ano letivo. Em uma carta aberta, os professores recordam as promessas do ministro português da tutela, que visitou a EPL recentemente e mencionou a necessidade de equidade nas condições de trabalho.
A carta, dirigida ao ministro da Educação, Ciência e Inovação, expressa a esperança de que as promessas feitas sejam cumpridas e que se faça justiça na remuneração dos docentes. “Esta greve penalizará gravemente a comunidade educativa, mas é um último recurso que temos”, afirmam os professores, pedindo uma resposta urgente do governo.
A greve na EPL é parte de uma ação coordenada com outras escolas portuguesas no exterior, incluindo instituições em Moçambique, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, que também estão lutando por melhores condições de trabalho e remuneração. A situação ressalta a necessidade de atenção e ação por parte das autoridades competentes para garantir a equidade e a valorização dos profissionais da educação no exterior.