
O Ministério Público (MP) reafirmou, durante a quarta sessão do julgamento dos generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, que os argumentos da defesa visam “a impunidade dos infractores”, buscando esquivar-se da punição. Os generais, considerados criminosos pelo MP, são figuras de destaque e confiança do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
O MP argumenta que a absolvição dos arguidos não é viável, e a Lei de Amnistia invocada pela defesa não se aplica a este caso. Em relação ao pedido de levantamento da medida de coação, que já se estende por cinco anos, o MP optou por não se manifestar, o que deixou os advogados surpresos, uma vez que não puderam exercer o contraditório.
Antes da sessão, o tribunal fez a substituição dos intérpretes de mandarim, inicialmente angolanos, por dois intérpretes chineses enviados pela Embaixada da China em Angola, após a INTERPOL não ter respondido ao pedido do Tribunal Supremo. Essa mudança visou garantir a fluência e a precisão na tradução dos procedimentos jurídicos.
A sessão foi novamente dominada por discussões sobre questões de direito e procedimentos legais, com os advogados insistindo no direito ao contraditório. Embora um juiz auxiliar tenha apoiado a solicitação, a juíza principal, Anabela Valente, encerrou a sessão sem permitir que a defesa se manifestasse.
O julgamento será retomado na próxima segunda-feira, 31, quando o tribunal deverá responder às questões prévias levantadas pela defesa. Os generais “Kopelipa” e “Dino” enfrentam graves acusações, incluindo tráfico de influências, branqueamento de capitais, falsificação de documentos, associação criminosa e abuso de poder, juntamente com outros arguidos, como o advogado Fernando Gomes dos Santos e o cidadão chinês Yiu Haiming, além de empresas envolvidas no caso.