
O presidente do Burkina Faso, Ibrahim Traoré, recusou recentemente uma proposta da Arábia Saudita para a construção de 200 mesquitas no país. Em vez disso, Traoré enfatizou a necessidade de investimentos em setores essenciais como educação, saúde e desenvolvimento econômico.
O líder burquinense questionou a prioridade dada à construção de locais de culto, afirmando que já existem muitas mesquitas vazias no país. Ele sugeriu que a Arábia Saudita poderia contribuir de forma mais significativa construindo escolas, hospitais ou estabelecendo empresas que gerassem empregos para a população local. Traoré destacou que o país já sofreu demais e que é crucial avançar para reconquistar a autonomia em todas as esferas nacionais.
Essa postura do presidente reflete uma visão crítica sobre a influência externa que privilegia a religião em detrimento do desenvolvimento socioeconômico. Traoré enfatizou a importância de focar em áreas que promovam o progresso e a autossuficiência do Burkina Faso, ao invés de aumentar o número de locais de culto que, segundo ele, já são suficientes.
A decisão de Traoré alinha-se com suas políticas anteriores de fortalecimento da economia nacional sem depender de instituições financeiras internacionais. Ele já havia declarado que a África possui os recursos necessários para prosperar sem empréstimos externos, recusando ser “escravos financeiros” de entidades como o Banco Mundial e o FMI.
Além disso, o presidente implementou medidas como a redução dos salários de ministros e parlamentares em 30% e o aumento dos salários dos funcionários públicos em 50%. Sua administração também investiu na construção de fábricas de processamento de tomate e algodão, bem como na inauguração de uma moderna mina de ouro, visando impulsionar a economia local.
A recusa da oferta saudita e a defesa de investimentos em infraestrutura social refletem a determinação de Traoré em direcionar o Burkina Faso rumo a um desenvolvimento sustentável e independente, priorizando as necessidades básicas da população e a autonomia do país.