
A Aliança Fleuve Congo (AFC/M23) recusou participar nas negociações mediadas por Angola, alegando que não recebeu qualquer notificação oficial sobre o encontro. O grupo rebelde, que controla parte do leste da República Democrática do Congo (RDC), afirmou ter tomado conhecimento da proposta apenas por meio do Facebook da Presidência Angolana.
Num comunicado divulgado hoje, o M23 declarou que a solução para a crise na RDC não pode ser militar e defendeu negociações diretas e incondicionais com o governo de Félix Tshisekedi. O grupo também criticou a falta de comprometimento de Kinshasa, lembrando que o porta-voz do governo congolês, Patrick Muyaya, reafirmou recentemente que não há intenção de dialogar com os rebeldes.
Além da ausência de notificação formal, o M23 exige garantias públicas de Tshisekedi sobre a disposição para negociar diretamente e o cumprimento das resoluções da SADC e da EAC, que, segundo o grupo, continuam sem implementação.
A rejeição do M23 coloca Angola em uma posição delicada como mediadora, aumentando a incerteza sobre o futuro das negociações e o risco de agravamento da crise na região. A comunidade internacional acompanha de perto a situação, temendo que a falta de consenso leve a uma escalada da violência no leste da RDC.