
Em um desdobramento alarmante no setor petrolífero angolano, gestores da China Sonangol International Holding Limited estão sob suspeita de fraudes envolvendo 27 carregamentos de petróleo ao longo de três anos. A revelação foi feita pelo representante do Ministério Público, Lucas Ramos, durante uma audiência no Tribunal Supremo em Luanda.
O caso, que é parte do processo nº 38/2022, inclui figuras proeminentes, como os generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, conhecido como “Kopelipa”, e Leopoldino Fragoso do Nascimento, “Dino”, além do advogado Fernando Gomes dos Santos e do cidadão chinês Yiu Haiming. Também estão implicadas as empresas China International Found (CIF), Plansmart International Limited e Utter Right International Limited.
A China Sonangol, que mantinha um contrato de compra e venda de petróleo bruto com a Sonangol-EP por mais de cinco anos, era liderada na época pelo engenheiro Manuel Vicente, que ocupava a presidência do Conselho de Administração. Ao seu lado estava Lo Fong Hung, vice-presidente e representante dos interesses do magnata Sam Pa, atualmente preso na China desde 2015 por diversos crimes.
O contrato em questão foi assinado em 22 de janeiro de 2005, porém a data efetiva foi registrada como 1 de novembro de 2004. A acusação sugere que Vicente, na qualidade de presidente da Sonangol-EP, teve um papel central na formalização deste acordo, em colaboração com Lo Fong Hung.
As investigações continuam, e a sociedade angolana aguarda novos desdobramentos sobre este caso que pode abalar ainda mais a confiança no setor petrolífero do país.