
Durante uma audiência no tribunal, João Gabriel, réu em um caso de organização terrorista e fabricação de substâncias explosivas, fez acusações graves contra Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA. Gabriel afirmou ter sido utilizado como um peão na tentativa de promover subversão política através do projeto Frente Unida para Regeneração da Ordem Africana, que foi criado em 2021.
Segundo o réu, o grupo, do qual ele é considerado o líder, tinha como objetivo a aquisição de armas e explosivos, incluindo 14 engenhos explosivos adquiridos de seu irmão, Creciano Capamba, e 60 granadas que, segundo ele, foram fornecidas por aliados políticos, incluindo o próprio Costa Júnior. Gabriel alegou que a intenção era desestabilizar o país, atacando alvos estratégicos como centrais hidroelétricas, pontes e infraestruturas de telecomunicações.
Quando questionado pelo juiz Cipriano Catito Tchivinda sobre os objetivos do grupo, Gabriel explicou que o plano envolvia transformar Angola em um cenário de guerra. No entanto, ele declarou ter desistido do projeto devido ao não cumprimento de exigências por parte dos “timoneiros”, que supostamente queriam que as ações fossem realizadas em um país estrangeiro para obter vantagens políticas.
Gabriel resumiu sua declaração ao afirmar que a intenção original era comprometer o desenvolvimento do país e causar caos, mas, ao decidir não seguir em frente, ele se distanciou do plano. As revelações feitas em tribunal levantam sérias questões sobre a conexão entre política e atividades ilícitas em Angola, evidenciando a complexidade do cenário político do país.