
O economista Joel Futi foi nomeado, no dia 5 do corrente mês, como novo diretor-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE), em substituição de José dos Santos Francisco Calengi, exonerado pelo ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme. A decisão surge em meio a denúncias de corrupção e gestão irregular do Censo Geral da População e Habitação (RGPH) 2024, marcado por escândalos financeiros e atrasos no pagamento dos recenseadores.
Nos últimos meses, milhares de recenseadores contratados pelo INE protestaram contra a falta de pagamento dos seus subsídios, trazendo à tona suspeitas de desvio de fundos. Fontes indicam que uma parte significativa do orçamento destinado à remuneração dos trabalhadores foi desviada fraudulentamente, agravando a crise dentro da instituição.
Além disso, investigações revelam que um grande número de pessoas recebeu pagamentos sem nunca ter participado efetivamente no Censo 2024, levantando suspeitas sobre a existência de “recenseadores fantasmas” possivelmente ligados a José Calengi e sua equipe. Um relatório dos serviços de inteligência, elaborado por oficiais do SINSE, confirmou as irregularidades e foi encaminhado à comissão organizadora do censo.
José Calengi, que liderava o INE desde janeiro de 2022, sai do cargo sob forte contestação e acusações de negligência. A nova gestão, sob comando de Joel Futi, terá o desafio de recuperar a credibilidade da instituição e garantir maior transparência nos processos estatísticos, fundamentais para a formulação de políticas públicas em Angola.