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A tensão em Cabinda, uma província angolana rica em recursos naturais, voltou a ser motivo de preocupação internacional. A Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC/FAC) divulgou um comunicado nesta sexta-feira, acusando o exército angolano de ser responsável pela morte de cinco civis em ataques indiscriminados.
A nota, endereçada à agência Lusa, destaca uma série de alegações de abusos cometidos pelo governo angolano contra a população local, enfatizando a falta de respeito pelos direitos humanos fundamentais e pelo direito internacional. A FLEC/FAC aponta que, sob a liderança do presidente João Lourenço, tem havido um aumento da opressão e repressão na região, o que, segundo eles, configura uma nova forma de apartheid.
O comunicado assinado por André Binda Zau, chefe da brigada de Maiombe Sul, critica também o apoio da França a um regime que, segundo a FLEC/FAC, perpetua o terror sobre os cidadãos de Cabinda. A organização argumenta que a política do governo angolano é marcada por práticas segregacionistas e imperialistas, cujas consequências são visíveis na vida da população local.
Além disso, a FLEC/FAC refuta as declarações recentes do presidente Lourenço, que, em entrevista à revista Jeune Afrique, afirmou que a situação de segurança em Cabinda é estável e que a FLEC/FAC não representa uma ameaça. Para a FLEC/FAC, essas afirmações são desmentidas pela realidade vivida pelos civis.
A luta por autonomia e independência em Cabinda é antiga, e a FLEC/FAC reafirma sua reivindicação com base no Tratado de Simulambuco de 1885, que reconhece a região como um antigo protetorado português. Diante desse cenário, a organização faz um apelo à comunidade internacional, solicitando apoio e atenção para a situação crítica da população de Cabinda.