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A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) manifestou sua intenção de impugnar o concurso para a escolha do presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), alegando falta de confiança na idoneidade do atual líder do órgão, Manuel Pereira da Silva “Manico”, que busca a recondução ao cargo.
A decisão foi anunciada pelo líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, que criticou a condução das eleições gerais de 2022 sob a gestão de “Manico”. Segundo ele, o processo eleitoral foi marcado por irregularidades que comprometeram sua transparência e credibilidade.
“A forma como o presidente da CNE organizou e conduziu as eleições de 2022 foi inadequada. Por isso, a UNITA vai impugnar a sua recandidatura e o próprio concurso”, afirmou Chiyaka durante uma conferência de imprensa.
Além da questão eleitoral, a UNITA também abordou a recente saída dos sete deputados do PRA-JA Servir Angola, eleitos pelo partido em 2022. O grupo parlamentar rejeitou as acusações de que teria facilitado a saída desses parlamentares, alegando apenas o cumprimento da Constituição.
“O artigo 152 da Constituição estabelece que um deputado perde o mandato ao se filiar em outro partido. Não houve expulsão, apenas a aplicação da Lei”, esclareceu Chiyaka.
O parlamentar ainda reforçou que os deputados do PRA-JA Servir Angola recorreram a um mecanismo jurídico inadequado ao solicitarem a suspensão de seus mandatos, uma medida não prevista no enquadramento constitucional para casos de mudança partidária.
Diante das especulações sobre uma possível crise dentro da Frente Patriótica Unida (FPU), Chiyaka assegurou que a UNITA mantém firme sua aposta no projeto de inclusão política e participação democrática, reforçando o legado do fundador do partido, Jonas Savimbi.