
Angola se prepara para receber sua primeira fábrica de soro hospitalar, um marco na produção farmacêutica nacional. O projeto, liderado pela empresa angolana VitalFlow em parceria com as portuguesas Medika e Gazcorp, representa um investimento total de 80 milhões de euros e será implantado na Zona Económica Especial de Luanda, próxima ao Aeroporto Internacional António Agostinho Neto.
O complexo farmacêutico ocupará 60.000 metros quadrados e contará com quatro unidades de produção distintas. Além da fábrica de soro hospitalar, que terá capacidade anual de 17,5 milhões de litros, o projeto inclui instalações para produzir 1,7 mil milhões de comprimidos, 50 milhões de envases de medicamentos injetáveis e 4.745 toneladas de gases hospitalares, como oxigênio e azoto.
De acordo com Nuno Andrade, diretor-geral da Medika e da Gazcorp, a iniciativa visa reduzir a dependência do país em relação às importações de medicamentos, que atualmente representam cerca de 99% do consumo nacional. O Fundo Soberano de Angola apoia financeiramente o projeto, considerando sua importância estratégica para a economia e a saúde pública.
A construção do complexo gerará 160 empregos diretos, dos quais apenas 10 serão ocupados por profissionais portugueses. Os funcionários terão acesso a treinamento contínuo e infraestrutura moderna, que inclui auditório, cantina, ginásio, campo de futebol e consultório médico equipado para exames como ecografias e eletrocardiogramas.
O início da operação das quatro fábricas está previsto para novembro de 2026, e a expectativa dos investidores é alcançar um volume de negócios acumulado de 560 milhões de euros nos primeiros cinco anos. Com tecnologia de ponta e padrões equiparados aos melhores da Europa e dos Estados Unidos, o projeto promete fortalecer a indústria farmacêutica angolana e impulsionar as exportações para países como Congo e São Tomé e Príncipe.