
O presidente de Angola, João Lourenço, adiou sua visita oficial a Timor-Leste, prevista para o período de 9 a 11 de março, em virtude de compromissos assumidos na presidência da União Africana (UA). A informação foi confirmada pelo chefe de Estado timorense, José Ramos-Horta, que expressou sua compreensão quanto à situação.
Ramos-Horta ressaltou que a presidência da UA é uma grande responsabilidade e prestígio para Angola, especialmente em um momento em que a organização enfrenta desafios significativos, como o conflito na República Democrática do Congo (RDCongo). João Lourenço, que assumiu a presidência rotativa da UA este mês, também foi designado como mediador para o conflito na região leste da RDCongo.
Recentemente, o movimento M23, apoiado pelo Ruanda, intensificou suas ações na RDCongo, capturando Goma e Bukavu, após uma ofensiva relâmpago. A situação é preocupante, com a presença de cerca de quatro mil soldados ruandeses e um número alarmante de vítimas, estimado em quase três mil mortos, de acordo com a ONU. O governo de Kinshasa acusa Ruanda de ter “ambições expansionistas”, alegações que Kigali nega.
José Ramos-Horta enfatizou que, devido à complexidade da situação na UA, será difícil para o presidente angolano manter um calendário de visitas internacionais, incluindo planos para deslocações à Austrália e Indonésia. Ele reiterou que Timor-Leste compreende perfeitamente a situação e a importância dos compromissos de Angola na UA.
Com a nova agenda, Angola se compromete a liderar esforços para resolver os conflitos e promover a paz na região, refletindo seu papel crescente na diplomacia africana.