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Nos últimos anos, o cenário político internacional tem sido profundamente moldado por decisões controversas e estratégicas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Desde tarifas sobre importações até a retirada de organismos internacionais, suas ações não apenas repercutem no comércio global, mas também desafiam a dinâmica das relações entre nações.
As políticas de Trump, particularmente durante sua guerra comercial com a China, exemplificam um jogo de soma não nula, onde cada movimento estratégico afeta diretamente os demais participantes. O conceito de Equilíbrio de Nash, que descreve uma situação em que os jogadores não têm incentivo para mudar suas estratégias, é central para entender essas interações complexas.
A abordagem “America First” de Trump, que inclui a imposição de tarifas sobre produtos chineses e a aplicação de sanções a países como Irã e Rússia, busca maximizar os benefícios econômicos dos EUA. Contudo, essa estratégia frequentemente leva a retaliações, estabelecendo um ciclo de ações e reações que, embora estáveis, não resultam em benefícios ideais para todos os envolvidos.
Por exemplo, a guerra comercial entre os EUA e a China resultou em tarifas que afetaram bilhões de dólares em bens e serviços. As exportações norte-americanas para a China caíram consideravelmente, enquanto as importações também sofreram, impactando setores-chave da economia americana. Esse fenômeno demonstra a máxima “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Além disso, as sanções impostas por Trump não apenas prejudicaram as economias alvo, mas também fomentaram novas alianças, como o fortalecimento dos laços econômicos entre Rússia e China. Em 2022, o comércio bilateral entre esses países atingiu um recorde, ilustrando como a política de sanções dos EUA pode impulsionar realinhamentos estratégicos globais.
Embora as decisões de Trump possam ter proporcionado ganhos imediatos para os EUA, suas implicações a longo prazo são preocupantes. O uso excessivo de sanções e tarifas pode acelerar a desdolarização da economia global, com países como China e Rússia buscando alternativas ao dólar em transações internacionais. Este movimento, especialmente em regiões como Ásia e África, pode reduzir a demanda pela moeda americana, comprometendo sua posição como moeda de reserva mundial.
Esses desenvolvimentos não apenas ameaçam a hegemonia econômica dos EUA, mas também indicam um futuro de incertezas, onde o financiamento do déficit fiscal pode se tornar cada vez mais desafiador. A política externa de Trump, ao invés de garantir a estabilidade, pode ter semeado as sementes de um novo equilíbrio global que desafia a ordem estabelecida.