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O Banco Sol, uma das instituições financeiras de relevância sistêmica em Angola, encerrou o ano de 2024 com um prejuízo alarmante de 6,5 mil milhões de kwanzas, equivalentes a 7,1 milhões de dólares norte-americanos. O resultado negativo contrasta fortemente com o lucro de 17 mil milhões de kwanzas (20,6 milhões de dólares) registrado no ano anterior, sinalizando um período atípico e desafiador para a instituição.
De acordo com as demonstrações financeiras sujeitas ao parecer do auditor independente, o colapso dos lucros decorre principalmente da elevada taxa de crédito malparado, que afetou diretamente os ativos do banco. O balanço patrimonial indica uma retração dos ativos de 1%, passando de 1 bilião de kwanzas (1,2 mil milhões de dólares) para 990 mil milhões de kwanzas (1,08 mil milhões de dólares).
Os principais indicadores financeiros do banco também apresentaram quedas acentuadas. Os investimentos em títulos e valores mobiliários reduziram-se em 2%, totalizando 385 mil milhões de kwanzas (423 milhões de dólares), comparativamente aos 392 mil milhões de kwanzas (473 milhões de dólares) registados no mesmo período do ano anterior. A carteira de crédito foi a mais afetada, com um decréscimo de 53%, reduzindo-se de 277 mil milhões de kwanzas (335 milhões de dólares) para 130 mil milhões de kwanzas (142 milhões de dólares).
Os depósitos também sofreram uma diminuição de 3%, passando de 833 mil milhões de kwanzas (1,01 mil milhão de dólares) em 2023 para 809 mil milhões de kwanzas (887 milhões de dólares). Além disso, a rubrica “disponibilidades”, que inclui o montante em caixa e bancos centrais, caiu 15%, encerrando o ano com 163 mil milhões de kwanzas (179 milhões de dólares).
Apesar do cenário desafiador, os fundos próprios do Banco Sol apresentaram crescimento de 11%, passando de 74 mil milhões de kwanzas (90,3 milhões de dólares) para 82 mil milhões de kwanzas (90,7 milhões de dólares), um sinal positivo em meio à crise.
Para reverter a situação e evitar um colapso financeiro, a administração liderada por Osvaldo Lemos Macaia aprovou um plano de recapitalização e reestruturação para os próximos dois anos. Entre as medidas previstas estão a captação de novos investimentos, a injeção de capital e a adoção de processos de outsourcing para otimizar a gestão e garantir a estabilidade financeira do banco.