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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou na sexta-feira planos de demitir a atual administração do Kennedy Center, uma das principais instituições culturais do país, e anunciou que irá assumir o controle da programação do centro. Em um comunicado nas redes sociais, Trump expressou sua intenção de erradicar eventos que apresentem artistas drag, afirmando que, sob sua liderança, o Kennedy Center será restaurado a uma “idade de ouro” nas artes e na cultura.
Trump destacou a demissão imediata de vários membros do Conselho de Administração, incluindo o presidente, David Rubenstein, que, segundo ele, não compartilham a visão para o futuro do centro. “Em breve anunciaremos um novo Conselho de Administração, com um presidente fantástico, Donald J. Trump!”, afirmou.
O Kennedy Center respondeu ao anúncio, esclarecendo que não recebeu comunicação oficial da Casa Branca sobre mudanças em sua administração. A instituição lembrou que, conforme as normas estabelecidas pelo Congresso em 1958, o presidente do conselho é eleito pelos membros e não há precedentes para uma mudança assim na gestão do centro.
Artistas drag expressaram preocupação com as declarações de Trump, acusando-o de tentar silenciá-los em um país que garante a liberdade de expressão. “Trata-se de quem pode existir em espaços públicos e cujas histórias podem ser contadas no palco da América”, declarou Blaq Dinamyte, presidente da Qommittee, uma rede nacional de artistas drag e aliados.
Diferentemente de seus antecessores, Trump não participou das cerimônias anuais do Kennedy Center Honors durante seu primeiro mandato. Logo após suas declarações, o site do Kennedy Center enfrentou dificuldades técnicas, com visitantes sendo direcionados a uma sala de espera devido ao alto tráfego.
Trump também mencionou que pretende implementar mudanças na programação, prometendo que os shows drag voltados para jovens, como o “Drag Salute to Divas” e o “Drag Brunch”, não continuarão em 2024.
A atual administração do Kennedy Center inclui figuras ligadas ao Partido Democrata, como a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, e ex-conselheiros de Obama. No entanto, também conta com aliados de Trump, como Pam Bondi e Lee Greenwood, gerando um ambiente complexo nas relações entre a política e a arte.