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Um relatório recente do jornal Expansão revela que as receitas geradas pelas novas portagens em Angola, previstas para serem instaladas até 2027, cobrirão apenas 17% das despesas de manutenção das estradas do país. Apesar do investimento em 14 novas portagens, que serão implementadas em duas fases, a arrecadação ainda será insuficiente para garantir a conservação adequada das infraestruturas rodoviárias.
A primeira fase da instalação das portagens começará em maio de 2026, seguida pela segunda fase em fevereiro de 2027. Com a adição das novas portagens, Angola terá um total de 16, incluindo as já existentes na Barra do Kwanza e na Serra da Leba. No entanto, mesmo após a implementação da primeira fase, as receitas estimadas cobrirão apenas 15% das despesas necessárias para a manutenção das estradas nacionais e municipais.
O Governo argumenta que a arrecadação das portagens é essencial para a conservação de até 11.634 km das estradas, em um total de 26.406 km asfaltadas. Atualmente, as despesas de manutenção são cobertas pelo Orçamento Geral do Estado, e a introdução de portagens visa diversificar as fontes de financiamento.
Com a implementação das portagens nas fronteiras, o Governo espera arrecadar até 2029 um total de 72,6 bilhões de Kz, valor que será insuficiente para cobrir um ano de manutenção das estradas. Para a segunda fase, a expectativa de arrecadação acumulada é de 6,3 bilhões de Kz.
Especialistas alertam que as estimativas de arrecadação estão condicionadas ao número de usuários das portagens, e a circulação em algumas estradas é considerada baixa. O engenheiro Delgado Silva enfatizou que o sucesso do sistema depende da adesão dos motoristas.
A situação levanta preocupações sobre a viabilidade do plano de manutenção das estradas, enquanto a expectativa da população é de que as novas portagens resultem em melhorias significativas na infraestrutura rodoviária do país.