Em Portugal, muitos angolanos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia estão a ser forçados a trabalhar até o sábado, contrariando a prática religiosa de descanso nesse dia. A razão principal para essa mudança é a dificuldade económica enfrentada por muitos desses imigrantes, que, devido à pressão financeira, sentem a necessidade de trabalhar todos os dias da semana, incluindo o sábado, para garantir o sustento da família.
Embora o sábado seja tradicionalmente um dia dedicado ao culto e ao descanso na doutrina da Igreja Adventista, a realidade do mercado de trabalho em Portugal tem imposto uma dura escolha. Muitos dos angolanos que lá vivem têm empregos que não oferecem flexibilidade de horários, o que os obriga a aceitar condições de trabalho que vão contra suas crenças, já que, ao não trabalharem, enfrentariam sérias dificuldades financeiras.
A pressão é grande: sem o emprego ou com uma redução das horas de trabalho, esses angolanos temem que não consigam cobrir suas necessidades básicas. A situação reflete a dura realidade de muitos imigrantes, que muitas vezes precisam escolher entre manter a fé e garantir a sua subsistência em um país estrangeiro.
Este cenário tem gerado um grande debate entre os membros da comunidade angolana em Portugal, que buscam alternativas para conciliar as obrigações profissionais com as crenças religiosas, mas a maioria admite que a necessidade financeira acaba falando mais alto nesse contexto.