O especialista em relações internacionais, Crisóstomo Chipilica, destacou que o papel de Angola à frente da União Africana (UA) vai além das fronteiras regionais. Em sua análise, Chipilica enfatizou que os desafios enfrentados por Angola são transversais e multiplicadores, impactando diretamente questões de paz e segurança, o que exigirá uma diplomacia atuante e resiliente durante sua presidência.
Chipilica também alertou que 2025 será um ano particularmente desafiador, especialmente com a possível reeleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, que poderá implementar uma política complexa em relação à pacificação de países em conflito. Nesse contexto, o papel de Angola será crucial para influenciar ações que promovam a paz internacional.
Eurico Gonçalves, cientista político, complementou a análise ao abordar as múltiplas complexidades que Angola enfrentará ao liderar a UA, cuja sede está em Adis-Abeba, Etiópia. Dentre os principais desafios, ele citou os conflitos no leste da República Democrática do Congo, a situação no Sahel, a pobreza extrema, a insegurança alimentar, os efeitos da corrupção e as crises pós-eleitorais, que deverão preencher a agenda de João Lourenço na organização.
“O próximo Presidente da União Africana, que tomará posse no próximo mês, deverá ser um pacificador-chefe. João Lourenço terá a oportunidade de dar respostas adequadas às situações reais, utilizando sua experiência na resolução de conflitos, a qual caracteriza os 23 anos de paz em Angola. Sua liderança poderá inspirar e dinamizar a industrialização do continente”, afirmou Gonçalves.
Com a presidência rotativa da União Africana se aproximando, Angola se prepara para enfrentar desafios significativos, incluindo a luta contra a pobreza extrema, a gestão de conflitos pós-eleitorais e golpes de estado, entre outros. A expectativa é que o país desempenhe um papel fundamental na promoção da paz e estabilidade no continente africano.