O Serviço de Investigação Criminal (SIC), em coordenação com o Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), desmantelou um estaleiro clandestino de mineração de criptomoedas no município do Sequele, resultando na detenção de nove indivíduos, incluindo quatro cidadãos chineses apontados como líderes da rede e cinco angolanos que atuavam como trabalhadores.
A operação, conduzida pela Direcção Nacional de Combate aos Crimes Financeiros e Fiscais e pela Direcção de Combate aos Crimes Informáticos, revelou crimes como mineração ilegal de criptomoedas, associação criminosa e branqueamento de capitais.
De acordo com o SIC, os cidadãos chineses disfarçavam a atividade ilícita sob a fachada de um negócio de compra e exportação de material ferroso, incluindo alumínio de latas de refrigerantes e equipamentos informáticos. No entanto, o espaço operava como um centro de mineração ilegal de criptomoedas.
Para sustentar as operações, a rede instalou clandestinamente três postos de transformação (PTs) de alta potência, ligados ilegalmente à rede pública, para alimentar duas naves equipadas com mais de 2.600 processadores específicos para mineração, incluindo modelos Antminer S19 Pro e Whatsminer M30S, avaliados entre 1.200 e 1.400 dólares cada.
A avaliação preliminar do material apreendido ultrapassa os 3,7 milhões de dólares, e as máquinas eram capazes de gerar lucros diários superiores a 320.878 dólares, minerando aproximadamente 3,3264 bitcoins por dia. O consumo de energia elétrica estimado era de 78.625 Kwh por dia.
No local, foram encontrados cabines elétricas, cabos e outros equipamentos destinados à expansão das operações. Os suspeitos foram apresentados ao Ministério Público para os procedimentos legais, enquanto as investigações continuam para identificar possíveis cúmplices.
O SIC apelou à população para continuar a denunciar atividades suspeitas relacionadas à mineração ilegal de criptomoedas, alertando sobre os riscos de práticas criminosas que prejudicam a economia nacional e sobrecarregam a rede elétrica pública.