Após um ano de negociações, a empresa russa Alrosa deixou o capital social da Sociedade Mineira de Catoca, abrindo espaço para a entrada da Maaden International Investment, subsidiária do Fundo Soberano de Omã. A saída foi motivada pelas sanções internacionais contra a Rússia, que dificultavam a venda dos diamantes angolanos nos mercados globais, prejudicando as receitas do setor.
As conversas entre Angola e a Rússia começaram em janeiro, com uma reunião no Dubai, onde o Governo angolano pressionou por um “divórcio amigável”. Os russos exigiram compensação pelo investimento feito durante os 29 anos na Catoca, enquanto Angola defendia que os lucros obtidos pela Alrosa já cobriam esses investimentos.
A situação foi agravada pelas sanções crescentes, levando bancos e fornecedores a se recusarem a trabalhar com a Catoca. Em abril, o diretor-geral da empresa confirmou as dificuldades, e em maio, o vice-ministro russo admitiu que a saída era inevitável, classificando a Alrosa como um “ativo tóxico” para o negócio.
Negociações com a sul-africana De Beers não avançaram, levando à escolha da Maaden International Investment como nova parceira. Em novembro, o ministro Diamantino Azevedo oficializou a saída da Alrosa e a entrada dos investidores de Omã, mas sem revelar detalhes sobre valores ou termos da transição.
Mais informações sobre a operação são esperadas até o final do ano, enquanto o setor diamantífero angolano busca estabilizar-se e recuperar mercados perdidos.