
O debate sobre a liderança e o futuro político de Angola intensifica-se com posições distintas entre o MPLA e a UNITA.
Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA, reafirmou, na IV Reunião Ordinária da Comissão Política, a necessidade de defender o estado democrático e de direito, pressionar pela implementação das autarquias e garantir a lisura dos processos eleitorais. Ele criticou o MPLA, acusando o Presidente João Lourenço de promover bicefalia para prolongar seu mandato e fortalecer sua influência no partido.
Em resposta, Celso Malavoloneke, dirigente do MPLA, minimizou as críticas e destacou que o foco do partido está na segurança alimentar e na empregabilidade. Segundo ele, o debate sobre múltiplas candidaturas será tratado no momento oportuno, dentro dos estatutos e regulamentos do partido.
O politólogo Agostinho Sicato acredita que João Lourenço já consolidou condições para permanecer na liderança do MPLA e definir os candidatos à Presidência e Vice-Presidência nas eleições de 2027. Sicato avalia que a recente reorganização do Bureau Político buscou rejuvenescer o partido e afastar vozes críticas, dificultando as aspirações de figuras como António Venâncio, Higino Carneiro e Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”.
Enquanto a UNITA se organiza para desafiar a continuidade do MPLA no poder, o partido no governo reforça seu compromisso com a estabilidade socioeconômica, priorizando reformas internas para manter sua liderança política no país.