
Os trabalhadores da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola denunciaram dificuldades laborais e salariais, apontando desigualdades, ausência de progressão nas carreiras e a não aplicação de direitos previstos em legislação.
Entre as principais queixas estão a exclusão do pagamento de subsídios para zonas recônditas, previstos no Decreto Presidencial n.º 67/23, e a não implementação do estatuto remuneratório aprovado desde 2019. Além disso, os funcionários relatam sete anos sem promoções ou aumentos salariais, agravados pela inflação que reduz o poder de compra.
Outras reivindicações incluem subsídios de habitação e transporte, além de acesso a linhas de financiamento para aquisição de habitação e veículos, benefícios já oferecidos a outros setores públicos.
Sem representação sindical devido à natureza sensível do órgão, os funcionários sentem-se vulneráveis e desamparados. “Trabalhamos para garantir a legitimidade dos processos eleitorais, mas somos tratados como peças descartáveis”, desabafou um dos trabalhadores.
Eles pedem uma resposta urgente do Plenário da CNE para a resolução das reivindicações, incluindo retroativos dos direitos pendentes. “Não somos de ferro e não podemos continuar a sofrer em silêncio”, concluem.