Pelo menos 31 pessoas foram mortas hoje em ataques israelitas no Líbano, conforme informado pelo Ministério da Saúde Pública libanês. Este é mais um dia de violência intensa entre Israel e o grupo xiita Hezbollah, após um fim de semana sangrento.
Segundo comunicado do ministério libanês, a maioria das mortes foi registada no sul do país, uma região onde o Hezbollah tem forte presença e onde Israel iniciou uma invasão terrestre em 1 de outubro.
O Exército israelita confirmou ter bombardeado, num intervalo de uma hora, 25 alvos do Conselho Consultivo do Hezbollah em todo o Líbano. Estes ataques ocorreram enquanto prosseguem as negociações para um possível cessar-fogo entre as partes.
Os bombardeamentos atingiram o sul de Nabatieh, o leste do vale de Bekaa, Baalbek, e os subúrbios de Dahie, em Beirute, conforme comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI). “Estes ataques degradam a capacidade do Conselho Consultivo do Hezbollah de dirigir e assistir os terroristas do Hezbollah nos seus ataques contra Israel”, justificou o texto.
Os ataques de hoje seguem-se a um fim de semana particularmente sangrento no conflito, que já perdura há mais de um ano. Segundo as autoridades libanesas, pelo menos 84 pessoas morreram e 213 ficaram feridas apenas no sábado, em ataques israelitas contra várias partes do Líbano, incluindo 29 vítimas num único ataque no centro de Beirute.
Os bombardeamentos continuaram no domingo, com um ataque a um quartel do Exército libanês, que não é parte do conflito, resultando na morte de um militar e ferimentos em outros 18. Israel lamentou o incidente e afirmou estar a investigá-lo. Além disso, outras ofensivas ocorreram no sul e leste do Líbano e na capital.
Em resposta, o Hezbollah disparou cerca de 250 rockets contra Israel no domingo, atingindo a periferia de Telavive e provocando um ferido grave.
Apesar da escalada de violência, os Estados Unidos acreditam que um acordo de cessar-fogo está iminente. “Acreditamos que chegámos a um ponto em que estamos perto de um acordo”, afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, em conferência de imprensa, sublinhando que nada está ainda garantido.
A Presidência francesa, também fortemente envolvida na questão, instou Israel e o Hezbollah a aproveitarem a oportunidade “o mais rapidamente possível”, considerando que as conversações sobre um cessar-fogo registaram “progressos significativos”.
Desde 8 de outubro de 2023, um dia após o grupo islamita palestiniano Hamas ter atacado o sul de Israel, as trocas de tiros ao longo das regiões transfronteiriças entre Israel e o Líbano intensificaram-se. Em setembro passado, as forças israelitas deslocaram o foco das suas operações da Faixa de Gaza para o Líbano.
De acordo com o Ministério da Saúde Pública libanês, mais de 3,7 mil pessoas morreram no país desde outubro de 2023, a maioria nos últimos dois meses, e mais de 1,2 milhões de habitantes estão deslocados.
Do lado israelita, 82 militares e 47 civis foram mortos em 13 meses de hostilidades.