Os primeiros 45 minutos em Split não previam a apatia total da segunda parte. A seleção nacional oscilou entre o bom e o mau na noite de segunda-feira, numa partida que terminou empatada em 1-1. O jogo servia apenas para cumprir calendário, já que Portugal tinha garantido a passagem aos quartos de final da Liga das Nações na sexta-feira anterior.
João Félix marcou um belo golo aos 33 minutos, refletindo o domínio português na primeira metade. Portugal criou vários problemas para a seleção croata, que parecia mais emocional do que racional. No entanto, após o intervalo, a seleção portuguesa perdeu a criatividade demonstrada nos primeiros 45 minutos. A Croácia, por sua vez, mostrou-se destemida e foi em busca do empate.
Após várias tentativas e um golo anulado, Josko Gvardiol empatou aos 65 minutos, confirmando a mudança de inspiração para confusão em Portugal. A responsabilidade por essa transição recaiu sobre Roberto Martínez, mas exploraremos isso mais à frente.
A FIGURA
João Félix parece ter compreendido a importância de cada minuto em campo. Com estatuto de suplente no Chelsea, o avançado aproveitou cada oportunidade para ganhar créditos, e ontem não foi diferente. Jogando na frente de ataque, substituindo Cristiano Ronaldo, mostrou grande capacidade de associação com os colegas. Além do golo após uma assistência magistral de Vitinha, as suas combinações com Rafael Leão deixaram os croatas nervosos… pelo menos na primeira parte.
A SURPRESA
Tomás Araújo foi dos poucos que manteve o nível após o intervalo, mas acabou lesionado devido a uma colisão com José Sá. Tal como tem demonstrado no Benfica, o jovem central de 22 anos aproveitou a estreia para provar ser uma opção válida para futuras convocações.
A DESILUSÃO
Duje Caleta-Car foi superado pelo dinamismo de João Félix e Rafael Leão na primeira parte. O defesa croata ficou perdido no lance do golo e nunca conseguiu se encontrar nos primeiros 45 minutos.
OS SELECIONADORES
Zlatko Dalic
Embora a Croácia esteja longe da sua melhor forma, continua a ser uma seleção com pontos fortes. Na segunda parte, Dalic soube aproveitar a confusão tática de Roberto Martínez e quase conseguiu a vitória, não fosse a falta de sorte.
Roberto Martínez
Num jogo sem grandes consequências para Portugal, Martínez complicou algo que estava a correr bem. A seleção perdeu-se após o intervalo e o treinador só confundiu mais os jogadores com alterações e ajustes contraditórios. Destaque negativo para a decisão de negar um recorde histórico a Quenda, que poderia ter se tornado o mais jovem a representar Portugal, mas foi preterido pela gestão de estatutos.
O ÁRBITRO
O italiano Davide Massa teve uma noite infeliz, com várias decisões questionáveis, mesmo num jogo de baixa agressividade.