A China consolidou-se, ao longo de quase duas décadas, como o principal destino das exportações de petróleo bruto de Angola, superando os Estados Unidos desde 2007. Esse marco representou uma reconfiguração significativa nas relações comerciais de Angola, com as exportações angolanas para Pequim crescendo substancialmente. Em 2023, as exportações de petróleo angolano para a China somaram US$ 17,85 bilhões, marcando um aumento de 60% desde 2007.
Ao longo desse período, a China absorveu, em média, 51% das exportações petrolíferas de Angola, destacando-se como um parceiro estratégico essencial. No entanto, essa dependência tem seus desafios, pois a crescente transição da China para fontes de energia renováveis, como a eólica, poderá reduzir sua demanda por petróleo a longo prazo. Em 2021, a China foi responsável por 71,44% das exportações angolanas, com receitas de US$ 19,90 bilhões, solidificando ainda mais a sua posição dominante no setor energético global.
A transição energética chinesa, com ênfase em energias limpas e renováveis, pode colocar Angola em uma posição vulnerável, uma vez que sua economia continua altamente dependente da exportação de petróleo para Pequim. Em 2023, no entanto, uma retração nas exportações para o mercado chinês foi observada, com uma queda de 5,31% no segundo trimestre comparado ao ano anterior, o que indica possíveis mudanças nas tendências de consumo e comércio global.
Esse panorama destaca a importância da parceria sino-angolana, ao mesmo tempo em que expõe os desafios que Angola pode enfrentar à medida que a China intensifica sua aposta em fontes de energia mais sustentáveis e diversifica suas fontes de abastecimento.