O Governo de Angola está a trabalhar para posicionar o país como um dos principais fornecedores de gás natural liquefeito (LNG) da África, aproveitando as dificuldades enfrentadas pela Nigéria para aumentar sua participação no fornecimento à Europa e a outros mercados internacionais. Fontes do setor indicaram que a Angola LNG está a considerar expandir suas operações, com a adição de uma mini unidade de liquefação, que teria capacidade para produzir três milhões de toneladas métricas de LNG por ano.
A unidade de produção da Angola LNG, que entrou em funcionamento há mais de uma década com um investimento de 12 mil milhões de dólares, tem operado abaixo de sua capacidade total nos últimos anos, devido à queda da produção de gás nos campos que abastecem a instalação. Atualmente, a produção média é de cerca de 700 milhões de pés cúbicos-padrão por dia, o que representa apenas 70% da capacidade operacional da planta, conforme informado por fontes do governo.
Contudo, a expectativa é de que novos fornecimentos de gás cheguem à planta nos próximos 12 meses, com destaque para a contribuição da Chevron, que deverá aumentar significativamente o fornecimento até o final deste ano. O recém-formado Novo Consórcio de Gás (New Gas Consortium – NGC) tem como objetivo levar a unidade da Angola LNG à plena capacidade até o final de 2025. Este consórcio é composto pelas empresas ENI, Cabinda Gulf Oil Company, Sonangol, BP, Total e Azule, e será responsável pela exploração dos campos de gás de Quiluma e Maboqueiro, com previsão de produção de quatro milhões de metros cúbicos de gás por ano até 2026.
Adriano Monginim, CEO da Azule, comentou que o NGC deve iniciar a produção no final do próximo ano, seis meses antes do previsto, o que ajudará a garantir o aumento da produção de gás para a Angola LNG. Billy Lacobie, diretor-gerente da Chevron para a África Austral, reforçou o apoio aos esforços para maximizar as exportações de LNG e, ao mesmo tempo, atender à demanda interna do mercado angolano.
A Sanha Lean Gas Connection da Chevron, prevista para entrar em operação a partir do final de 2024, será responsável por fornecer gás adicional à Angola LNG, preenchendo cerca de 40% da capacidade da planta durante os 15 anos seguintes.
Por fim, o governo angolano revelou o seu plano diretor de gás para os próximos 25 anos, que visa desenvolver mais de 40 campos de gás no país, destacando as enormes reservas de gás natural do país, estimadas em 38.000 bilhões de pés cúbicos (tcf) já descobertos, além de outros 56 tcf de recursos potenciais. O plano busca consolidar Angola como um dos principais fornecedores globais de LNG nos próximos anos.