O ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Jean-Noël Barrot, expressou hoje preocupações sobre o papel de Elon Musk na política americana, após rumores de que o empresário poderá integrar a futura administração do Presidente eleito, Donald Trump. Em uma entrevista ao diário Le Parisien, Barrot ressaltou a fragilidade da democracia e esperou que Musk não priorize interesses empresariais em detrimento da integridade democrática.
“Esperemos que ele [Musk] não faça à democracia norte-americana o que fez ao Twitter. A democracia é um tesouro frágil”, declarou Barrot, sublinhando a importância de proteger os valores democráticos.
Embora os detalhes sobre a função de Musk na nova administração ainda não tenham sido divulgados, sua influência já é visível. Recentemente, o CEO da Tesla participou de uma conversa telefônica entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e Trump, o que sinaliza sua crescente relevância no cenário político.
Barrot criticou a tendência de transferir o debate público para plataformas de redes sociais desregulamentadas, alertando que isso pode beneficiar interesses especiais, tanto norte-americanos quanto chineses. “Nunca aceitaremos que o debate público seja transferido para redes sociais desregulamentadas”, afirmou.
Desde a aquisição do Twitter em outubro de 2022, Musk implementou mudanças significativas, incluindo a demissão da equipe de gestão e a redução drástica de funcionários. Essas ações levantaram questões sobre sua abordagem à governança de plataformas que desempenham um papel crucial na comunicação pública.
Além de suas preocupações sobre Musk, Barrot se mostrou otimista quanto à postura de Trump em relação à Ucrânia. Ele argumentou que o próximo Presidente dos EUA não ignoraria a situação da Ucrânia, mesmo após alguns de seus comentários anteriores. “Donald Trump é demasiado sábio para concordar em apoiar o que seria a maior anexação territorial dos últimos 75 anos”, destacou Barrot, enfatizando a necessidade de uma paz justa que respeite a soberania ucraniana e os interesses europeus.
A mensagem clara do chefe da diplomacia francesa é que a democracia deve ser defendida com responsabilidade e que o envolvimento de figuras influentes como Musk deve ser cuidadosamente monitorado.