As tensões entre o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), liderado por Fernando Garcia Miala, e o Ministério do Interior (MININT), sob o comando de Eugénio Laborinho, culminaram em uma significativa mudança no controle das instituições estratégicas Serviço de Investigação Criminal (SIC) e Serviço de Migração e Estrangeiros (SME). Em decisão anunciada na última sexta-feira, o Presidente João Lourenço nomeou José Coimbra Baptista e Tânio Jorge Mateus da Silva, ambos quadros do SINSE, para assumirem os cargos de diretores-gerais do SIC e do SME, respectivamente.
Fontes do Novo Jornal indicam que Laborinho não foi consultado sobre as nomeações, sugerindo uma ruptura de confiança por parte de João Lourenço em relação ao ministro. A decisão presidencial, geralmente proposta pelo ministro da tutela, seguiu um caminho direto, enfatizando a preferência de Lourenço por Miala no controle dessas instituições de segurança.
A posse dos novos diretores ocorreu no Palácio da Cidade Alta, e, no dia seguinte, Laborinho limitou-se a cumprir o formalismo de apresentação dos novos líderes. A nomeação de figuras do SINSE é vista como um claro sinal de que o Presidente está fortalecendo o papel de Miala em estruturas críticas e reduzindo a influência de Laborinho, uma figura até então considerada próxima do Executivo.
Este movimento reflete uma reestruturação na segurança nacional, com foco em fortalecer o controle centralizado nas mãos de aliados de confiança do Presidente, em um momento de crescente pressão política e social no país.