O impacto de Venâncio Mondlane, candidato presidencial de Moçambique, movimenta multidões e inspira discussões também em Angola, onde a oposição questiona se Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA, poderia adotar algumas táticas do moçambicano. Conhecido pelo combate ativo contra a fraude eleitoral e pela mobilização popular, Mondlane tornou-se símbolo de contestação, enquanto Adalberto é frequentemente chamado de “Mister Serenidade” pela sua abordagem mais moderada.
Para Xitu Milongu Ya Xitu, músico angolano e crítico da oposição, Adalberto não tem nada a ensinar a Mondlane, afirmando que é o líder angolano quem deveria aprender com a postura mais combativa do moçambicano. Já Nuno Dala, deputado da UNITA, vê valor na troca de experiências, destacando que a abordagem de Mondlane contra a fraude tem semelhanças com as ideias de Adalberto.
O ativista angolano Kim de Andrade acredita que Mondlane representa o que ele considera uma “liderança exemplar”, trazendo uma mensagem que, segundo ele, expõe as limitações da oposição angolana em defender os eleitores com maior intensidade.
Este debate reflete as divisões na oposição angolana, onde alguns clamam por uma postura mais assertiva, enquanto outros defendem a moderação como estratégia eficaz. A questão permanece: até que ponto a oposição de Angola deve se reinventar e adotar métodos mais combativos para conquistar a confiança dos eleitores?