A infraestrutura ferroviária do Corredor do Lobito vai fomentar o desenvolvimento do setor agrícola em Angola, atraindo novos investimentos e melhorando as condições de logística e transporte. A afirmação foi feita esta terça-feira pelo secretário de Estado para os Transportes Terrestres angolano, Jorge Bengue Calumbo.
O governante destacou a importância da Plataforma Logística da Caála, localizada na província do Huambo, que será gerida pelo consórcio neerlandês Flying Swans e está prevista para iniciar operações no próximo ano. “O foco deste investimento é a compra de hortofrutícolas naquela zona. Mas eles não estão preocupados só em comprar, também vão capacitar desde os médios produtores até aos pequenos produtores familiares, dotando-os com técnicas de preparação dos solos, produção, tratamento, para que o produto final tenha qualidade”, afirmou à agência Lusa.
Calumbo ressaltou que uma grande parcela da produção de certos bens por pequenos produtores acaba por se perder devido à falta de infraestruturas adequadas para logística e transporte, o que impede a distribuição eficiente até os consumidores. A nova Plataforma Logística visa resolver esse problema, aumentando a escala de produção e permitindo a exportação dos produtos para os Países Baixos.
“Estamos a falar de empregos, estamos a falar de uma escala diferente da nossa produção nacional, estamos a falar de exportação”, destacou o secretário de Estado. Recentemente, um acordo entre a associação Agropecuária de Angola (AAPA), a empresa Westfalia e a Flying Swans foi assinado para criar um centro de armazenamento de frio para a exportação de abacate produzido por pequenos e médios produtores na região.
Calumbo também lembrou que Angola é o maior produtor de bananas em África e o sétimo a nível mundial, com uma produção anual de cerca de quatro milhões de toneladas. O país também cultiva arroz, cereais, citrinos e possui um grande potencial para desenvolver a produção de outros frutos.
O secretário de Estado falou à margem da Cimeira sobre África 2024, organizada pelo jornal Financial Times, que dedicou uma sessão ao Corredor do Lobito. Esta infraestrutura ferroviária estratégica, com mais de 1.300 quilómetros de extensão, atravessa Angola, conectando o porto do Lobito à Zâmbia e passando também pelo sul da República Democrática do Congo (RDCongo).
A implementação e o desenvolvimento do Corredor do Lobito representam uma esperança renovada para a agricultura angolana, potencializando a exportação e gerando novas oportunidades econômicas para o país.