A saída da Alrosa do mercado angolano parece irreversível, impulsionada pelas sanções e pressões do Governo angolano. A gigante russa dos diamantes recusou a proposta da De Beers para adquirir seus 41% de participação na Sociedade Mineira de Catoca, conforme anunciou Alexei Moiseyev, vice-ministro das Finanças da Rússia. A Alrosa busca um parceiro estratégico que possa desenvolver o ativo em Angola, pague um valor justo e não esteja ligado à De Beers, principal concorrente da empresa.
Essa decisão ocorre em meio ao distanciamento de Angola da Rússia e sua aproximação com os Estados Unidos, que lideram as sanções internacionais contra empresas russas. A Alrosa enfrenta dificuldades para repatriar dividendos de aproximadamente 322 milhões USD acumulados nos últimos três anos devido a restrições impostas pelas sanções ocidentais.
A mina de Catoca, a quarta maior do mundo em volume, é responsável por cerca de 75% dos diamantes produzidos em Angola, com uma produção anual de 6,5 milhões de quilates. Em 2023, a receita de Catoca caiu 20,9% em relação a 2022, totalizando 717,6 milhões USD.