Na cidade do Dundo, capital da Lunda-Norte, várias crianças vivem afastadas de suas famílias, enfrentando a falta de habitação digna, educação e saúde, conforme apurou o Jornal de Angola. A centralidade do Mussungue tem se tornado um local de desolação, com um aumento diário de menores em busca de sustento, muitos deles recolhendo garrafas, metais e latas.
O caso de Mutambuleno Manuel, de 13 anos, e seu irmão Txigica exemplifica essa dura realidade. Abandonando a casa da avó devido a maus tratos, ele sobrevive como pedinte, pedindo comida e dinheiro a transeuntes. Anjo Narciso, de apenas sete anos, também fugiu de casa por fome, enquanto Samuel Jacinto, de 12 anos, deixou a escola para sustentar os três irmãos que vivem com a avó, após serem abandonados pelos pais.
As autoridades locais, através da administradora municipal-adjunta para a área Política, Social e das Comunidades do Chitato, Encarnação Ginga Agostinho, estão cientes da situação e, no ano passado, lançaram um projeto em parceria com a Rede de Proteção da Criança para reduzir o número de crianças em situação de rua. Atualmente, mais de 600 crianças estão registradas nas ruas do Dundo, um aumento atribuído à presença de refugiados da República Democrática do Congo.
Além do projeto existente, o governo provincial está planejando a construção de um Centro de Acolhimento para crianças vulneráveis, que será implementado assim que houver recursos financeiros disponíveis.