Esta semana, um vídeo que circulou nas redes sociais expôs uma cena alarmante: agentes da Polícia Nacional, sob a Esquadra do Benfica, agrediram brutalmente um colega, um oficial superior da corporação. A ação, supostamente ordenada pelo intendente Eugénio Marão Paulo, foi filmada e divulgada, gerando indignação e questionamentos sobre a ética e a disciplina dentro das forças de segurança.
O incidente suscitou uma reflexão crítica entre os cidadãos, que se perguntam: “Se fazem isso entre eles, como tratarão um civil?” Essa inquietação é mais do que justificada, considerando o impacto da humilhação pública na reputação da Polícia Nacional e no bem-estar dos familiares do agredido.
O subinspector Dino José Guilherme, que se encontra no centro deste escândalo, é não apenas um agente, mas também um pai e marido. A exposição a que foi submetido não apenas compromete a honra da instituição, mas também afeta profundamente seus entes queridos. A imagem da Polícia, que deveria ser um símbolo de respeito e responsabilidade, foi severamente manchada.
A situação atual revela um problema mais amplo dentro da corporação. Há relatos de indisciplina generalizada, e a falta de respeito entre os próprios agentes suscita preocupações sobre a eficácia da Polícia em garantir a segurança pública. Casos anteriores de violência entre agentes, como o incidente envolvendo o superintendente-chefe Januário Samba Daniel, apenas reforçam a percepção de que a desordem e a falta de responsabilidade estão se tornando normais.
Embora haja um aumento no nível de escolaridade entre os policiais, essa formação acadêmica não se traduz necessariamente em uma ética profissional robusta. Muitos parecem ingressar na corporação em busca de um emprego, desconsiderando a seriedade e a honra que a função exige. A falta de educação moral e cívica, além de uma visão distorcida do papel do policial, está levando a uma erosão da confiança da população nas forças de segurança.
O Estado, como guardião da lei e da ordem, deve assegurar que seus agentes sejam exemplos de conduta. As ações irresponsáveis de alguns não podem definir a totalidade da corporação. É fundamental que a Polícia Nacional recupere sua imagem e autoridade, restaurando a confiança da sociedade através da disciplina, da ética e do respeito mútuo. Afinal, a função da Polícia é proteger e servir, e não se tornar parte do problema que visa resolver.