As jornalistas iranianas Nilufar Hamedi e Elahe Mohammadi, que revelaram a morte de Mahsa Amini sob custódia policial em 2022, foram condenadas a cumprir cinco anos de prisão, anunciou este domingo a justiça iraniana.
“O caso foi enviado às autoridades competentes para o veredicto final”, declarou o porta-voz da magistratura iraniana, Asghar Jahangir, durante uma conferência de imprensa, conforme relatado pela agência Mizan.
As duas jornalistas foram inicialmente condenadas a sete e seis anos de prisão, respectivamente, por “colaborar com o governo estrangeiro hostil”, uma referência aos Estados Unidos. No entanto, em agosto, o Tribunal Provincial de Recurso de Teerão as absolveu dessas acusações, mantendo a condenação de cinco anos por “conluio contra a segurança nacional” e um ano por “propaganda contra o sistema”. A pena final a ser cumprida é de cinco anos.
Hamedi, do jornal reformista Shargh, e Mohammadi, do jornal Hammihan, foram presas em setembro de 2022. Hamedi havia publicado uma foto de Mahsa Amini no hospital, em coma e intubada, enquanto Mohammadi noticiou o funeral da jovem na cidade de Saqez, no Curdistão.
Mahsa Amini foi detida pela polícia de costumes iraniana em 13 de setembro de 2022, por supostamente não usar corretamente o véu islâmico. Ela faleceu três dias depois, ainda sob custódia policial, o que desencadeou protestos massivos no país.
Essas manifestações, duramente reprimidas pelas autoridades iranianas, resultaram na morte de pelo menos 551 manifestantes, incluindo 68 menores e 49 mulheres, de acordo com a organização Iran Human Rights.
A condenação das jornalistas Nilufar Hamedi e Elahe Mohammadi levanta preocupações sobre a liberdade de imprensa e os direitos humanos no Irã, destacando a contínua repressão governamental contra aqueles que ousam revelar a verdade.