Evaristo Vileta, diretor do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) do distrito de Nampula, no norte de Moçambique, foi detido hoje juntamente com quatro outros funcionários, sob suspeita de envolvimento no desvio de 1,3 milhões de meticais (18.660 euros) destinados ao pagamento de subsídios a 300 membros das mesas de voto das eleições gerais realizadas na última quarta-feira.
A detenção foi confirmada por Luís Cavalo, diretor do STAE da província de Nampula, que afirmou aos jornalistas que a quantia desviada já começou a ser recuperada. “Até agora recuperamos 400 mil meticais [4.300 euros] e a outra parte [do dinheiro necessário para pagar os membros das mesas de voto] arranjámos junto de parceiros”, disse Cavalo.
Os cinco funcionários foram detidos pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) e estão sob investigação. A ação rápida das autoridades demonstra um esforço em manter a integridade do processo eleitoral e garantir que os fundos destinados aos trabalhadores eleitorais sejam devidamente alocados.
As eleições gerais realizadas na quarta-feira incluíram as sétimas eleições presidenciais, as sétimas legislativas e as quartas para assembleias e governadores provinciais. Filipe Nyusi, o atual chefe de Estado, não concorreu devido ao limite constitucional de dois mandatos. Os candidatos à presidência foram Daniel Chapo (Frelimo), Ossufo Momade (Renamo), Lutero Simango (MDM) e Venâncio Mondlane (Podemos).
Além da eleição presidencial, os moçambicanos votaram para escolher 250 deputados e 794 membros das assembleias provinciais, incluindo governadores de província. O processo eleitoral é crucial para o futuro político do país, e as investigações em curso visam assegurar a transparência e a justiça no manejo dos recursos destinados ao processo eleitoral.