O Papa Francisco defendeu, nesta quinta-feira, que os ricos devem “pagar mais impostos” para que a riqueza seja redistribuída entre os pobres e a classe média. A declaração foi feita durante uma reunião organizada pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral no Vaticano, com o lema “Enfrentar a desumanização”, que visa refletir sobre o progresso desde um encontro similar realizado em 2014.
O Papa argumentou que, se a pequena porcentagem de bilionários que detém a maior parte da riqueza do planeta fosse incentivada a compartilhá-la fraternalmente, em vez de oferecer esmolas, isso seria não apenas benéfico, mas justo para todos. Ele enfatizou que “devem haver mais impostos sobre os milionários” como uma medida necessária.
Durante sua intervenção, Francisco criticou abertamente o sistema econômico atual, afirmando que “enquanto não se resolverem os problemas dos pobres, não se resolverão os problemas do mundo”. Ele sublinhou a urgência da situação, dizendo que “os pobres não podem esperar”.
Além disso, o Papa abordou a questão da indiferença social, que, segundo ele, “permite o rugido do ódio” e, ao calar-se diante da injustiça, paveia o caminho para divisões sociais que podem levar à violência. Ele afirmou que a busca incessante por riqueza não é uma força criativa, mas uma “atitude doentia” que ameaça a criação e divide os povos.
Por fim, Francisco destacou que a denúncia dessa conduta “irresponsável, imoral e irracional” não é uma questão de comunismo, mas sim uma expressão do “Evangelho puro”, citando que suas palavras refletem não apenas sua visão, mas os ensinamentos de Jesus.