Nos bastidores do município de Kilamba Kiaxi, um esquema de pagamentos secretos envolvendo ativistas locais foi recentemente interrompido pela administradora, Naulila André, gerando um clima de descontentamento entre aqueles que antes se beneficiavam das práticas. Segundo fontes internas do portal LUANDA SUL LINE, durante anos alguns ativistas recebiam somas que variavam de 200.000 a 1.000.000 de kwanzas mensais, supostamente para evitar manifestações e manter a estabilidade social, mas Naulila André decidiu cortar esses privilégios, marcando uma nova postura de liderança no município.
Esse movimento de ruptura trouxe à tona uma série de reações: enquanto alguns elogiam a firmeza da administradora em não ceder a pressões, outros criticam-na, alegando que tal medida tem aumentado as tensões e gerado novas ameaças de manifestações. De acordo com relatos, a decisão de suspender esses pagamentos gerou uma onda de frustração e revolta entre os que utilizavam as manifestações como uma forma de barganha para encher os próprios bolsos.
Antes do corte, a prática era comum não só no Kilamba Kiaxi, mas também em outros municípios de Luanda, onde administradores municipais optavam por “comprar a paz” com líderes comunitários e ativistas. Com isso, muitos protestos eram desarticulados antes mesmo de ganharem visibilidade. Porém, Naulila André decidiu implementar uma política de zero tolerância, encerrando qualquer tipo de benefício ilícito a esses grupos, o que tem repercutido de forma mista dentro e fora do município.
Além disso, essa nova postura tem exposto a verdadeira natureza de algumas lideranças comunitárias, que eram vistas pela população como defensoras dos interesses do povo. Agora, com a torneira fechada, muitos desses ativistas têm perdido a credibilidade, o que levou a uma diminuição significativa no número de manifestações expressivas nos últimos meses no Kilamba Kiaxi.