A adesão oficial de Angola como membro observador da Organização Internacional da Francofonia (OIF) foi formalizada hoje em Paris, durante a 19ª Cimeira dos países membros, após cinco anos desde a sua candidatura. Essa nova etapa reflete o compromisso de Angola em reforçar a cooperação internacional e participar ativamente nas iniciativas que promovem a língua e a cultura francesa, essenciais para o desenvolvimento da educação e da diplomacia cultural.
Em comunicado, a Embaixada de Angola em França destacou que a cimeira é uma oportunidade para fortalecer os laços entre os países membros e candidatos, como Angola, além de ressaltar a importância da língua e cultura francófonas no cenário global. A OIF serve como uma plataforma importante para o diálogo, cooperação e intercâmbio em áreas como educação, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.
A delegação angolana, liderada pela ministra de Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança, participou na cerimônia de abertura da cimeira, realizada na Cidade Internacional da Língua Francesa em Villers-Cotterêts, a 60 quilômetros ao norte de Paris, acompanhada pela embaixadora de Angola em França, Guilhermina Prata.
A OIF, que pela primeira vez em 33 anos realiza sua cimeira na França, é um organismo voltado para a defesa e promoção da democracia e do Estado de direito, envolvendo um grande número de países da África Ocidental e Central, muitos dos quais são antigas colônias francesas. Com a adesão de Angola, o total de países na OIF chega a 93, incluindo também novos membros observadores como Polinésia Francesa, Chile, Sarre (Alemanha) e Nova Escócia (Canadá).
Angola se junta à OIF como membro observador, sendo o único país lusófono em África a não pertencer até agora à organização, já que Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são membros de pleno direito. Enquanto isso, Moçambique, que também é membro observador, faz parte da Commonwealth, que inclui 56 países, a maioria ex-territórios do Império Britânico.
A candidatura de Angola foi oficializada em Paris no dia 17 de maio de 2019, um ano após o presidente João Lourenço expressar a intenção ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, durante uma visita oficial a Paris. Na ocasião, o ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, explicou que a decisão se baseou nas relações privilegiadas de Angola com países francófonos e na intenção de reforçar a integração com a comunidade francófona.