O governo sueco enfrenta duras críticas após anunciar um plano para criar uma proibição nacional da mendicidade. A medida, que será precedida por um estudo de nove meses sobre a viabilidade da proibição, foi proposta pela coligação de centro-direita, com apoio dos Democratas Suecos, de extrema-direita.
A líder parlamentar dos Democratas Suecos alegou que muitos mendigos são estrangeiros que vêm para a Suécia “pedir esmola do lado de fora das lojas”. Em contrapartida, a Stockholms Stadsmission, uma organização social cristã que trabalha com pessoas vulneráveis, condenou a proposta. Fanny Siltberg, porta-voz da organização, afirmou que a medida é uma tentativa fútil de ilegalizar a pobreza e desviar a atenção do problema real.
Siltberg argumentou que a vulnerabilidade dos mendigos pode ser reduzida através do combate à pobreza estrutural e à discriminação, tanto nos países de origem quanto na União Europeia. Ela enfatizou a necessidade de medidas a longo prazo, como a criação de oportunidades de emprego e acesso à habitação, para reduzir a vulnerabilidade social dessas pessoas.
O governo sueco justificou a medida alegando que a mendicidade aumentou no país desde o início da década de 2010. No entanto, Aida Samani, vice-diretora jurídica da organização de direitos humanos Civil Rights Defenders, questionou a gravidade do problema e alertou que a proposta faz parte de uma tendência global rumo a políticas mais opressivas em relação à criminalidade e à imigração, além de uma desconsideração dos direitos humanos e das liberdades.